Reconhecimento do Weeling: o tabu e a história por trás da falta de representatividade do governo municipal

Reconhecimento do Weeling: o tabu e a história por trás da falta de representatividade do governo municipal

Em 2021 fizemos uma matéria com meu grande amigo André Luiz, vulgo, Louro Jhow. Naquele momento destacamos as dificuldades do esporte e os triunfos em campeonatos nacionais. Para aqueles que não tiveram oportunidade de ler a matéria anterior, o weeling é a prática de malabarismo com motocicleta e com bicicleta. Na Europa, é conhecido como freestyle. A modalidade pode ser praticada com motos de qualquer cilindrada, porém, quanto maior a cilindrada, mais difícil à manobra.

A escassez de lugares apropriados para a prática do esporte atrasa o crescimento do weeling. Muitos pilotos fazem manobras em vias públicas, colocando em risco a vida dos outros e a sua própria vida, causando preconceito com o esporte. Mas ao longo dos anos, mesmo enfrentando complexidades como a falta de apoio do governo municipal, o esporte vem ganhando espaço, como atrações em feiras, convenções e eventos em geral.

Em nossa região, Louro Jhow é o pioneiro de weeling. O nosso campeão brasileiro esta com 45 anos, enquanto os demais membros da equipe tem média de 30 anos de idade. Perguntado sobre o futuro da equipe, Louro respondeu: “A gente tem o projeto de resgatar vidas que infelizmente são ceifadas nesse trânsito violento, reeducando o transito, fazendo dos pilotos não apenas campeões do esporte, mas da vida”.

Para 2024, a equipe Sem Limites pretende expandir a prática do esporte, fazendo apresentações nos bairros campistas, em cidades próximas e estados vizinhos, para que as pessoas tenham oportunidade de conhecer, praticar e entender que o esporte deve ser praticado em locais apropriados. Infelizmente não existe incentivo público, tão pouco da iniciativa privada. André destacou ainda a prática de skate e surf, que não eram vistos com bons olhos, e hoje são destaques no cenário nacional.

Perguntado a respeito do rolezinho de natal, André Luiz disse: “Sou totalmente a favor da prática, desde que seja organizada. Da mesma forma que os motociclistas de verdade fazem passeios, os próximos rolezinhos podem buscar apoio da guarda municipal e da policia militar,  todos usando capacete. Inclusive, poderiam organizar uma ação social em conjunto com o passeio, seja para arrecadar brinquedos ou alimentos”.

Assim como em 2021, ainda existe a possibilidade de o CEPOP ser cedido para prática de weeling, o assunto vem sendo tratado junto à secretaria de esportes, porém, enfrenta certa resistência para ser colocado em prática. Na qualidade de colunista esportivo, tentei contato com a secretaria de esportes, mas até o momento não obtive retorno. Prefiro acreditar que estão todos focados para votação da Lei Orçamentária Anual, e que após a votação teremos um retorno positivo.

A equipe de Louro Jhow já ofereceu treinamento para o Corpo de Bombeiros e para Policia Militar, onde foi dado destaque a simulações de frenagens de emergência, derrapagens, quedas, etc. Esse modelo de capacitação merece ser feita com mais frequência.

Entre os dias 03 e 04 de fevereiro, a equipe Sem Limites representará a nossa cidade num torneio wheeling em São Paulo. Considerado o maior campeonato de wheeling / stunt do Brasil, o evento contará com a participação do campeão mundial Jefferson Matheus, de Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, que no Motor Bike Expo 2023 em Verona, na Itália, representou o Brasil na competição. Vale lembrar que, todas as despesas serão custeadas pela equipe, desde deslocamento, hospedagem, alimentação e manutenção das motos.

Com muita satisfação, fui convidado para participar de um treinamento, e como motociclista, foi uma experiência imensurável!

Encerramos a matéria, mais uma vez fazendo apelo para o governo municipal olhar com mais carinho para a prática de whelling.

*Mateus Chagas é bacharel em direito, jurídico da W Seg Serviços e colunista colaborador de esporte do jornal Notícia Urbana