O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou a volta do horário de verão para reduzir o consumo de energia no país. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que vai levar a recomendação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem cabe a decisão.
Se Lula aprovar o horário de verão, será via decreto e começará a valer, no mínimo, 30 dias após a publicação do decreto. O ministro estima que a decisão deve sair dentro de 10 dias. O horário de verão foi extinto em 2019 após estudos do Ministério de Minas e Energia, na época, concluírem que não havia redução de consumo no período.
Mesmo com os estudos apresentados nesta quinta-feira pela ONS, Silveira disse que ainda "não está convencido" sobre a volta do horário verão porque afeta vários setores econômicos e o dia a dia das pessoas. Ele informou que vai buscar outros instrumentos para o governo basear a decisão nos próximos dias.
Silveira afirmou, ainda, que vai se debruçar em estudos e avaliar novas possibilidades para não decretar o horário de verão. Entre elas, aumentar a capacidade da linha de transmissão de energia, tornar a linha de Itaipu mais adequada e utilizar mais água nos horários específicos da Usina Hidrelétrica de Belo-Monte.
O ministro pontuou que estas alternativas foram aventadas nesta quinta-feira e ainda não foram afinadas. Não deu detalhes sobre estas mudanças.
Segundo o ONS, diz ele, a economia durante o horário de verão pode ser de, em média, 2 GigaWatts e de R$ 400 milhões ao acionar menos as termoelétricas. Elas são ligadas para reforçar a geração de energia quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos, porém, o custo de operação das termoelétricas é muito maior.
"Levo a recomendação sobre o horário de verão, mas com a condição de continuar nessa semana e na próxima discutindo com técnicos do setor de forma geral, a maior parte entende que é importante considerar", disse Silveira.
O ministro afirmou que o país não corre risco de crise energética: "Não tem risco de acontecer o que houve em 2021". "Em nenhum momento o comitê apontou para risco energético nesse período, (então) é prudente que a gente se debruce sobre outras possibilidades que não vão impactar diretamente a vida de brasileiras e brasileiros", acrescentou.