Em 2011, ele também renunciou após denúncia de irregularidades quando comandava o Ministério do Trabalho no governo de Dilma Rousseff.
Carlos Lupi deixou o Ministério da Previdência Social nesta quinta-feira (2) após vir à tona um escândalo de fraudes em descontos indevidos em benefícios do INSS. A operação, deflagrada pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, revelou um esquema que desviou cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, atingindo diretamente aposentados e pensionistas em todo o país.
Embora não tenha sido citado como investigado, Lupi foi alertado ainda em 2023 sobre indícios de irregularidades, mas medidas efetivas só foram adotadas após a deflagração da Operação Sem Desconto. A demora em reagir aos sinais de alerta agravou o desgaste político do ministro, culminando em sua saída após reunião com o presidente Lula no Palácio do Planalto.
Esta não foi a primeira vez que Carlos Lupi comandou um ministério. Em 2007, ele foi indicado por Lula para comandar o Ministério do Trabalho. Lupi permaneceu no cargo até 2011, já no governo de Dilma Rousseff (PT), quando renunciou após denúncia de irregularidades na pasta. À época, ele era acusado de se beneficiar de recursos de ONGs que tinham convênio com o Ministério do Trabalho.
A renúncia ocorre em meio à pressão crescente por uma CPI no Congresso e à articulação de aliados para manter o PDT à frente da pasta. O governo tenta conter os danos com a nomeação interina do secretário-executivo Wolney Queiroz, mas enfrenta críticas pela fragilidade dos controles internos do INSS e pela lentidão na resposta institucional ao esquema.
O episódio escancara falhas estruturais na governança da Previdência e reforça o debate sobre a politização da gestão de benefícios sociais. A crise também expõe o risco à credibilidade de programas voltados à população mais vulnerável, exigindo reformas urgentes nos mecanismos de auditoria e transparência do sistema previdenciário brasileiro.
Para o governo, a saída de Lupi é um movimento necessário, mas tardio. O foco agora recai sobre a reconstrução da confiança pública no INSS e a responsabilização dos envolvidos, enquanto o Planalto tenta estancar a crise e preservar a narrativa de combate à corrupção.
Fonte: G1 (clique aqui)
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