A região Noroeste Fluminense possui ao menos três colégios cívicos-militares. Em Miracema, Itaperuna e em Santo Antônio de Pádua. O jornal Notícia Urbana esteve nesta última cidade e conversou com a diretora Monique Silveira, gestora do Colégio Estadual PM Cláudio Hentzy Ferreira. A escola foi inaugurada em 2020 e por Pádua ser considerada uma cidade predominantemente conservadora, desde então, houve alta aprovação dos pais ou responsáveis.
De acordo com a diretora da escola, Monique Silveira, o colégio cívico-militar de Pádua conta hoje com 239 crianças, nos ensinos fundamental e médio. "Temos ensino a partir do 6º ano e possuímos alguns diferenciais, entre eles, mais tempo de língua portuguesa e militar", explicou.
À redação do jornal Notícia Urbana procurou o coronel da Polícia Militar, Ramiro Campos, que também é especialista em segurança pública, onde ele destacou que, inclusive, esteve no local e aprovou a iniciativa. "É uma tendência nacional e virtuosa pela gestão ser unica e exclusivamente de mulheres".
Entre os diferenciais da escola está a disciplina, apontada por muitos pais de alunos como o principal fator para a matrícula nestas instittuições de ensino. "Resolvi matricular minha filha na escola para que ela pudusse ter um comportamento melhor. Ao chegar na adolescência, eu e a mãe observamos um comportamento muito maduro para idade dela, muito disso era oriundo de um comportamento coletivo, de certa forma até comum, nos dias de hoje. Na escola cívico-miitar ela precisou se adequar os preceitos da instituição, o que para nós foi um ótimo trabalho", disse o autônomo José Alves, de Santo Antônio de Pádua.
Como funciona uma escola cívico-militar?
O modelo cívico-militar é diferente do modelo das escolas militares mantidas pelas Forças Armadas.
De acordo com o governo anterior, em escolas cívico-militares as secretarias estaduais de Educação continuariam responsáveis pelo currículo escolar, que é o mesmo das escolas civis. E os professores e demais profissionais da educação continuam responsáveis pelo trabalho didático-pedagógico.
Os militares, que podem ser integrantes da Polícia Militar ou das Forças Armadas, atuariam como monitores na gestão educacional, estabelecendo normas de convivência e aplicando medidas disciplinares.
O programa encerrado pelo governo federal era executado em parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa. As escolas cívico-militares que continuarão existindo, frutos de decisões estaduais ou municipais, contam com uma gestão compartilhada entre as secretarias de Educação e de Segurança Pública.
Escolas militares são administradas totalmente pelas Forças Armadas, que têm autonomia para definir o currículo escolar e a estrutura pedagógica da instituição. Existem, ao todo, 14 escolas militares no Brasil.