As temperaturas seguem altas no Brasil, depois que foi iniciada uma onda de calor sufocante nos últimos dias. O calor deve permanecer esquentando o país até a próxima quarta-feira (20), dia em que começa o outono no hemisfério Sul.
Neste domingo (17), o meteorologista Guilherme Borges, da Climatempo, afirmou que o pico da onda de calor foi neste fim de semana. No Rio de Janeiro, por exemplo, a temperatura ficou perto dos 40ºC e a sensação térmica chegou a 60,1ºC, a maior da série histórica medida pelo Alerta Rio.
“As temperaturas devem dar uma aliviada a partir de quarta-feira, mas é importante ressaltar que vai ser um começo de outono bem quente”, diz Borges.
O meteorologista acrescenta que, nos próximos dias, pode haver um leve aumento nas chuvas, mas longe do padrão das “águas de março”. “Essa massa de ar quente que atua conosco deve perder um pouco de intensidade, aí a pista fica mais livre para formar aquelas instabilidades, que é a combinação do calor com a umidade que a gente tem ao longo do dia. A gente pode ter as pancadas de chuva retornando, mas vai ser um final de março e um início de outono de muito calor e pouca chuva.”
Segundo Borges, a região Sul já começou a ter uma leve diminuição das temperaturas. “Na sexta-feira [15] veio uma frente fria um pouco mais intensificada que conseguiu ingressar e favoreceu para empurrar essa massa de ar quente para o Sudeste.”
Fiquem ligados nas recomendações.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador, Agnes Soares, explica que o calor em excesso pode ser muito prejudicial à saúde humana. “Idosos, crianças, mulheres grávidas, recém-nascidos, pessoas doentes ou acamadas são vulneráveis e merecem mais atenção. Idosos e crianças, por exemplo, têm muita dificuldade de reconhecer a sede. Por isso, é necessário oferecer água com muito mais frequência a eles”, recomenda Agnes.
O Ministério da Saúde também alerta para o cuidado com a exposição excessiva ao sol, que pode provocar insolação. Ela acontece quando a temperatura corporal ultrapassa os 40o C, fazendo com que o mecanismo de transpiração falhe e o corpo não consiga se resfriar. O quadro merece especial atenção porque com o aumento rápido da temperatura corporal, a pessoa acaba perdendo muita água, sais e nutrientes importantes para a manutenção do equilíbrio do organismo.
A prevenção da insolação é possível com algumas medidas simples, como:
Evitar permanecer sob o sol entre 10h e 16h. Além de insolação, a grande exposição ao sol, com frequência, pode provocar também o câncer de pele;
Usar roupas leves, de cores claras e que não fiquem apertadas ao corpo;
Usar protetor solar com FPS 30 ou mais e evite queimaduras na pele;
Beber muitos líquidos, para evitar a desidratação. Prefira água, água de coco e sucos de frutas naturais;
Ter muito cuidado com as bebidas alcoólicas que, em excesso, causam desidratação.
Fatores de risco
Os cuidados se estendem especialmente a pessoas que vivem com fatores de risco, como: doenças transmissíveis ou crônicas, principalmente doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, metabólicas, endócrinas, psiquiátricas, além de diabetes, hipertensão, obesidade, câncer, entre outras condições crônicas preexistentes. Os trabalhadores ao ar livre, que ficam mais expostos ao calor por períodos prolongados, também devem redobrar os cuidados.
As orientações para a população e para os profissionais de saúde durante o período de calor estão disponíveis em nota técnica publicada pelo ministério. No documento, a pasta informa que, como as ondas de calor são eventos extremos cada vez mais frequentes e severos, é importante que sejam realizados, nas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), planos e estratégias para o enfrentamento desses eventos.