A Praça do Santíssimo Salvador em Campos é um lugar de memória da cidade. A principal praça do município foi e permanece sendo um local de grandes manifestações religiosas, culturais, políticas e artísticas. Entretanto, apresentarei de maneira resumida a história desta importante praça da cidade até a sua presente decadência.
A HISTÓRIA.
Inaugurada no século XIX, antes o espaço coexistia entre os prédios históricos do centro da cidade.
Ao longo das décadas finais do século XIX, algumas plantas e árvores foram plantadas para aliviar o calor e melhorar a paisagem da praça, porém somente no final do século XIX a Praça passou a ser utilizada para eventos de diversas naturezas.
Já arborizada e com uma melhor aparência, a praça ganhou em 1906 um chafariz importado da Bélgica. O Chafariz Belga chamava a atenção de quem passava pela praça pela beleza exótica.
A praça também ganhou em 1947 o Monumento do Soldado Expedicionário, uma linda obra do escultor Modestino Kanto, que por sua vez também foi contratado para criar uma estátua da matrona Benta Pereira, porém o monumento nunca foi entregue.
Até meados do século XX, a cidade ainda conservava muitos prédios históricos, porém, ainda na década de 40, a Praça perdeu um de seus mais belos prédios históricos, a Santa Casa de Misericórdia. Esta antiga Igreja também abrigava um Hospital em suas dependências, e a sua construção foi iniciada por volta de 1790, e até 1940 era uma das construções coloniais mais antigas da cidade. No lugar da igreja foi construído um estacionamento, e posteriormente no mesmo terreno foi erguido o Central Shopping Plaza.
A“REFORMA”.
Até o início dos anos 2000, a Praça ainda conservava os seus belos bancos de madeira e muitas árvores, porém, sob a administração do ex-prefeito Arnaldo Viana, foi encomendada uma reforma de 46 milhões de reais e que só foi concluída na gestão de Carlos Alberto Campista.
Os longos e altos tapumes de obra cobriam e escondiam a Praça em 2005, e muitos campistas não faziam ideia do que iria sair daquela reforma. Retirados os tapumes, os campistas tiveram uma surpresa desagradável ao ver a Praça completamente descaracterizada.
As antigas árvores foram retiradas, assim como os bancos de madeira. No lugar foram instalados pisos e bancos de pedra mármore, que por sua vez assustam todos os campistas da praça durante o calor. No lugar das antigas árvores que davam sombra ao local, foram plantadas apenas palmeiras, transformando a praça de verão em Praça de inverno. No mínimo, o paisagista que elaborou o projeto deveria desconhecer completamente o clima vigente na maior parte do ano em nossa região.
OS PROBLEMAS.
Ao longo dos anos, a praça também passou a servir de moradia para muitos mendigos e usuários de drogas.
Em pouco tempo de reforma, o chafariz belga passou a ser alvo de vandalismo, e por diversas vezes foi destruído, e atualmente segue interditado.
Além disso, os pisos de mármore que substituíram o antigo calçamento racharam e se quebraram conforme o crescimento das raízes das palmeiras.
Por fim, sabemos que Campos não é uma cidade conhecida por ser referência no turismo, mas mesmo assim recebe uma quantidade pequena e limitada de turistas. A Praça principal da cidade deveria servir de referência, por ser o nosso cartão de visitas e a nossa sala de estar, mas infelizmente isso não acontece.
