Neste sábado (16), o prefeito de Campos, Rafael Diniz, publicou decreto com o chamado lockdown. Na determinação, só mesmo os trabalhos essenciais, como supermercados, farmácias, hospitais e clínicas veterinárias funcionarão. O decreto suspende também o funcionamento das oficinas de motos e carros, que estavam abertas antes, e a suspensão do drive thru e o take away. Segundo o prefeito, a medida se faz necessária para que Campos não vivencie dias de caos. Além disso, a partir de segunda, as principais ruas de Campos serão interditadas. Para ele, essa é uma boa medida para conter o avanço do vírus.
Como justificativa, Rafael citou o número de casos, que dobrou na última semana, e o número de mortes. Campos, porém, não tem sequer 1% da população infectada pelo novo coronavírus. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, Campos tem 507 mil moradores, segundo último senso. O número de casos confirmados da doença na cidade, de acordo com o último boletim divulgado nesta sexta, são de 16 mortes e 311 casos confirmados. Numa matemática simples e rápida, esses números somam pouco mais de meio porcento do número total de habitantes, são 0,06%. Estatística irrisória se comparada com outras cidades, inclusive vizinhas. Há quem diga que esse “saldo positivo” se deva a, sobretudo, as medidas que já vêm sendo adotada pelo governo desde o início dessa pandemia. Contudo, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas, a CDL, cerca de 30% dos trabalhadores formais de Campos já foram demitidos, isso sem contar no número de empresas que já fecharam as portas e não abrirão mais.
A cidade, que nunca teve o emprego como uma cactarística positiva, já vvencia e vivenciará ainda mais dias de caos. Se não for pela covid-19 – como até agora não está sendo – será pela questão econômica. Não bastasse tudo isso, Campos vivencia dias sombrios com a pior receita da participação especial da história e com novos supostos casos de corrupção por parte do Governo do Estado na contratação e construção do hospital de campanha. Outra justificativa de Rafael Diniz, que ao longo desses quase três anos e meio de governo teve uma das piores popularidades de um prefeito de Campos, é em relação ao número de mortes que a cidade possa ter. O chefe do executivo, entretanto, só leva em consideração pessoas mortas (fato que não acontece de forma dramática em Campos) pela covid-19. Ele se esquece do número de pessoas que também poderão morrer por não ter como pagar as dívidas e até mesmo de fome, por que não? A realidade ainda é pior porque, além de mandar os trabalhadores RPAs embora, o prefeito os demitiu sem pagar quase meses de salário.
A esperança da população, que não pensa em politicagem, mas busca equilíbrio, é de que o dia 28 de maio, dia previsto para o final do lockdown, chegue logo e que essa medida radical e inconstitucional e acompanhando a modinha eleitoreira de algumas cidades, não seja prorrogada.