Mesmo com melhor resultado da história nas Olimpíadas de Tóquio, atletas enfrentam baixo investimento na modalidade. Esta realidade é descrita pelo atleta de boxe, Denis Junqueira Cerqueira, conhecido como Cica.
Com de 31 anos, nascido no município de São Francisco, ele reconhece que falta apoio para conseguir competir e treinar em sua trajetória de cinco anos dentro do ringue. A falta de patrocínio fez com que viesse para Campos em busca de novas oportunidades. Denis é ex-jogador de futebol profissional. Atuou durante 10 anos, mas abandonou os campos devido recente histórico com lesões.
Naquela época já treinava boxe, porém por hobby. Devido o bom rendimento foi convidado pelo professor Alexandre Batista para competir profissionalmente. A primeira luta aconteceu em 2019, era treinado por Carlos Rapadura, que infelizmente nos deixou há aproximadamente um ano. De lá pra cá, Cica disputou uma luta por ano, sempre sendo interrompido pela falta de recurso financeiro. “A escassez de patrocínio vem atrapalhando bastante, a gente planeja competir, mas por falta de verba para custear as despesas com viagens acabo desistindo”, disse Junqueira.
Atualmente, Cica é bacharelando em educação física e dá aula de boxe. Está no planejamento voltar a treinar com o professor francês Max, e por em prática o projeto de disputar o Torneiro Fight Night 4ª edição, que acontece no Rio de Janeiro. Mas antes pretende agregar mais conhecimentos e aprimorar as técnicas na academia do lutador Minotauro, localizada em São Paulo, inclusive existe uma rifa em andamento para custear as despesas com viagem.
Quem desejar contribuir pode estabelecer contato por meio do instagram do lutador: (@personal.cicafight_). “Dando uma estrutura melhor para o esporte automaticamente terá mais pessoas capacitadas, aumentará a visibilidade e a frequência da realização de eventos. Conheço boxeadores que não têm condições e se preocupam como irão viajar, se alimentar ou conseguir itens essenciais para participarem das competições. E, para eles competirem precisam intercalar os treinos com o trabalho, pois é de onde irão conseguir cobrir os custos. Isto só reforça o quanto o esporte individual precisa e é carente de investimento”, expressa Cica.
*Mateus Chagas é formado em direito, gerente de contratos da W Seg e entusiasta do esporte campista