Após o golpe republicano de 15 de novembro de 1889, a família imperial brasileira foi banida e exilada. Dom Pedro II, deposto de seu trono, viveu na Europa até o final de sua vida com modéstia e recusou qualquer indenização do governo republicano, destacando-se pela dignidade e firmeza de caráter. Esses anos de exílio foram marcados por dificuldades financeiras e pela distância de sua terra natal, que ele nunca esqueceu.
A Princesa Isabel, junto com seu marido e filhos, e os filhos de sua irmã, Dona Leopoldina, foram forçados a deixar o Brasil. No exílio na europa, a família imperial manteve laços com as casas reais de Portugal, França, Itália, Áustria, Inglaterra e Alemanha, ainda que sofressem com a dor e as consequências do afastamento forçado.
Dona Leopoldina, filha de Dom Pedro II, casou-se jovem com o príncipe alemão Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, mas faleceu prematuramente. Seu filho, o Príncipe Imperial Dom Augusto Leopoldo, foi também expulso do Brasil enquanto servia na Marinha Brasileira.
Entre os filhos de Dom Augusto Leopoldo, destaca-se Maria Carolina (Princesa Imperial Brasileira em Exílio), bisneta de Pedro II, nascida em 1899, na cidade de Pula, hoje Croácia.
Desde cedo, a princesa enfrentou dificuldades devido a uma deficiência intelectual que limitava seu aprendizado, tornando-a ainda mais vulnerável. Ela cresceu entre a Áustria e a Alemanha, em um período marcado pela Primeira Guerra Mundial e pela posterior ameaça vinda do regime nazista, que ganhava força e impunha políticas severas contra aqueles que considerava “indesejáveis”.
Aos cuidados de instituições religiosas, Maria Carolina passou a correr perigo após a ocupação nazista da Áustria em 1938. Com a morte de seu pai na década de 1920 e a idade avançada de sua mãe, a princesa enfrentava tempos sombrios e incertos.
Com a implementação do programa Aktion T4 pelo regime nazista, Maria Carolina foi incluída entre as vítimas, uma vez que o programa visava exterminar pessoas com deficiências físicas e mentais. Em 1941, ela foi retirada da instituição onde vivia e enviada a uma instalação de extermínio, onde foi cruelmente assassinada em uma câmara de gás.
Esse desfecho trágico marca um capítulo doloroso e pouco lembrado na história da Família Imperial, que também sofreu com as atrocidades das guerras mundiais. A trajetória da Princesa simboliza a brutalidade do nazismo e as consequências devastadoras do preconceito e da intolerância, refletindo a perda de direitos, a violência da perseguição nazista e a dor do exílio.
