A pré-candidatura de Anthony Garotinho (União Brasil) ao governo do Rio causou mal-estar entre os caciques do próprio partido e o governador Cláudio Castro (PL). Nomes tarimbados do União, como os deputados estaduais Luiz Martins e Thiago Pampolha, além de membros das famílias Cunha e Brazão — que acumulam indicações para postos no governo — trabalham juntos a Castro para melar os planos do agora desafeto político. Nesta sexta-feira, o presidente estadual do União, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, foi chamado no Palácio Guanabara e ouviu que, caso a pré-candidatura seja mantida, cargos em secretarias estratégicas para o estado, como transporte, meio ambiente e habitação.
Diante da ameaça, a executiva estadual do partido emitiu um comunicado dizendo que “a maioria dos filiados” apoiava Castro, em detrimento da vontade do presidente nacional do União, Luciano Bivar, segundo Waguinho. Além das secretarias citadas, o Detran, o Detro, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) também têm indicações diretas dos dirigentes do partido.
A nota, no entanto, não é assinada por Waguinho. Algacir Moulin e Sergio Lins, ambos vice-presidentes do diretório regional, subscrevem o texto. Questionado sobre o porquê de não ter assinado o documento emitido pelo diretório que preside, Waguinho disse que precisaria conversar com a Executiva Nacional da legenda antes de tomar a decisão. Sobre como o partido tinha chegado à decisão da “maioria” sem realizar uma convenção, disse apenas que era a vontade expressa publicamente por quadros importantes.